Música Brasileira |
Cartola, autor
de belas páginas musicais,
dentre elas, As Rosas Não Falam
Foto: Divulgação
Nome
de batismo: Angenor de Oliveira, artisticamente ficou conhecido como Cartola.
Ele nasceu em 1908 no Rio de Janeiro. O mais velho dos oito filhos do casal
Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. Mas o
seu nome era Agenor e acabou sendo registrado como Angenor. Ele só ficou
sabendo desse fato muitos anos mais quando foi tratar da documentação
para o casamento com Dona Zica na década de 1960.. Para não ter
que providenciar a mudança do nome em cartório, a partir de então
passou a assinar oficialmente seu nome como Angenor de Oliveira.
Cartola nasceu no bairro carioca do Catete, onde também passou parte de sua infância. Aos 8 anos, sua família se mudou para as Laranjeiras, onde ele se tornou torcedor do time do bairro, o Fluminense.
Nas Laranjeiras, teve contato com os ranchos carnavalescos "União da Aliança" e "Arrepiados". No último, tocava cavaquinho, instrumento que ganhou de seu pai.
Em 1919, passando por dificuldades financeiras, sua família mudou-se para o morro da Mangueira. Lá conheceria Carlos Cachaça, seis anos mais velho que ele, que se tornaria um grande amigo e parceiro musical em muitos sambas. Aos 15 anos, Cartola abandonou os estudos (tinha concluído apenas o quarto ano primário) para trabalhar, época em que se inclinaria para a vida boêmia. Na sua adolescência, trabalhou como aprendiz de tipógrafo, mas logo se transformou em pedreiro.
Para não sujar os cabelos de cimento, passou a usar um chapéu-coco, época em que trabalhava nas obras de construção. Com esse apelido foi reconhecido como um dos grandes nomes da música popular brasileira.
Cartola fez parte de uma turma de brigões e arruaceiros que, não por acaso, formaram o Bloco dos Arengueiros, em 1925, para brincar o carnaval. Bloco esse que se tornaria o embrião da Estação Primeira de Mangueira. A ampliação e fusão do bloco com outros existentes no morro gerou, em 28 de abril de 1928, a segunda escola de samba carioca e uma das mais tradicionais da história do carnaval da cidade.
Cartola, um dos seus sete fundadores, também assumiu a função de diretor de harmonia da escola, em que permaneceu até fins da década de 1930. O nome Estação Primeira foi escolhido porque, contando a partir da Central do Brasil, o morro de Mangueira ficava na primeira estação de trem de um lugar em que havia samba.
Cartola compôs Chega de Demanda, que foi o primeiro samba escolhido para o desfile e que só seria gravado pelo compositor em 1974, para o disco "História das Escolas de Samba: Mangueira".
No início da década de 1930, Cartola se tornou conhecido fora da Mangueira, quando foi procurado por Mário Reis, através de um estafeta chamado Clóvis Miguelão, que subira o morro para comprar uma música. O sambista vendeu os direitos de gravação do samba "Que Infeliz Sorte", que acabou sendo lançado por Francisco Alves, pois não se adaptava à voz de Mário Reis.
Grandes clássicos
Que Infeliz Sorte!(1931,
canção lançada por Francisco Alves)
Divina Dama - álbum "História da música popular brasileira"
(RCA, 1970)
Quem Me Vê Sorrindo, com Carlos Cachaça - álbum "Cartola"
O Sol Nascerá, com Elton Medeiros - álbum "Cartola"
Alvorada, com Carlos Cachaça e Herminio Bello de Carvalho- álbum
"Cartola"
Tive Sim - álbum "Cartola"
O Mundo É Um Moinho - álbum "Cartola"
Peito Vazio, com Elton Medeiros - álbum "Cartola"
As Rosas Não Falam - álbum "Cartola"
Cordas de Aço- álbum "Cartola"
Autonomia - álbum "Verde Que Te Quero Rosa"
Tempos Idos, com Carlos Cachaça - álbum "Verde Que Te Quero
Rosa"
Morte do compositor – Três dias antes de morrer, recebeu de Carlos Drummond de Andrade sua última homenagem em vida. Drummond lhe dedicou uma comovente crônica, publicada pelo Jornal do Brasil.
Cartola faleceu
dia 30 de novembro de 1980, aos 72 anos de idade, de câncer. Seu corpo
foi velado na quadra da Estação Primeira de Mangueira, onde passaram
as mais diversas presenças do mundo da música: Clara Nunes, Alcione,
Emilio Santiago, Chico Buarque, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Nelson
Sargento, Jamelão, Roberto Ribeiro, Clementina de Jesus, Martinho da
Vila, Gal Costa, Simone, Elizeth Cardoso, Paulo Cesar Pinheiro, Beth Carvalho,
Paulinho da Viola, Gonzaguinha, entre muitos outros.
O sepultamento foi no Cemitério do Caju. Dona Zica viu o corpo do seu
grande amor pela última vez, abraçada com Clara Nunes, que era
amiga e uma das "queridinhas" do poeta. Atendendo a seu pedido, no
dia 1º de dezembro, data de seu funeral, Waldemiro, ritmista da Mangueira,
que havia aprendido com ele a encourar seu instrumento, marcou o ritmo para
o coro de "As Rosas Não Falam", uma das mais bonitas composições
de Cartola, cantada por uma pequena multidão de sambistas, amigos, políticos
e intelectuais, presentes em sua despedida. Em seu caixão a bandeira
do time do seu coração, o Fluminense.
Fonte/pesquisa: Wikipedia, a enciclopedia da internet: http://pt.wikipedia.org
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